A CULTURA DO VOU TE MATAR


Depois da ditadura militar,  imaginávamos ingenuamente que os crimes por motivações políticas iriam diminuir no Brasil. Coisa nenhuma. Sem o aparelho do Estado para executar adversários políticos, espalharam-se verdadeiros bandos armados, no campo e nas cidades, numa afronta ao estado democrático de direito.

A mídia noticia amplamente assassinatos de quilombolas, afora aqueles marcados para morrer. A Comissão Pastoral da Terra (CPT) vem denunciando os crimes praticados por agentes de grileiros em áreas de tensão, como o Sul do Pará e  Maranhão . Domingo passado, foi a vez do lavrador Valdenilson Borges, morto no povoado Rosário, município Serrano do Maranhão, que gerou um protesto em frente ao Palácio dos  Leões. A tragédia no campo é antiga e jamais foi enfentada pelos governos. Os assassinatos rolam impunes.

Nas cidades a cultura do VOU TE MATAR  engrossa o caldo de violêrncia entre adversários políticos e passionais. Momento há em que não se distingue mais entre um tipo de homicídio e outro, que muitas vezes ocorrem entrelaçados por causas pessoais, políticas e financeiras.  O crime organizado, este sim. de amplitude transnacional, se fortalece, a cada dia, num desafio tremendo às instituições públicas.

Uma ofensa qualquer é pretexto para se colocar em prática a cultura do VOU TE MATAR. Triste democracia em que os conflitos de ideias geram violência calculada, planejada e executada com requinte de perversidade.